Policiais mexicanos em Ciudad Juarez
As autoridades mexicanas se voltaram para rituais bizarros, incluindo o vodu, para tentar ganhar a violenta guerra contra as gangues de drogas do país.
A polícia de Tijuana, uma cidade ao sul da fronteira EUA / México, perto de San Diego, têm recorrido a estranhos rituais, que também incluem o sacrifício de animais e tatuagens espirituais diante das acusações de que "correm assustados" das selvagens gangues de traficantes.
Durante os rituais, sacerdotes abatem galinhas em noites de lua cheia nas praias, e policiais se banham com o sangue em meio as orações que invocam espíritos para ajudar a protege-los dos cartéis de drogas que combatem nas rotas de contrabando da Califórnia.
O México foi tomado por uma onda de violência relacionada com a droga desde que Felipe Calderón, o presidente mexicano, declarou guerra aos cartéis das drogas há quase quatro anos.
Os barões da droga no país estão envolvidos em uma batalha cada vez mais sangrenta, enquanto competem para demonstrar seu poder e crueldade.
Eles se infiltraram nas forças locais - subornando policiais corruptos e funcionários civis -, enquanto pistoleiros armados com espingardas automáticas, granadas e lançadores de foguetes são vistos regularmente ameaçando aqueles que se recusam a colaborar com as gangues.
A guerra brutal deixou muitos policiais em cidades como Tijuana, considerada uma das mais perigosas do país, com medo de perder suas vidas, e muitos dizem que receberão uma bala se negarem os pedidos de colaboração. Mais de 150 policiais morreram em toda a área nos últimos anos.
Como resultado, policiais participam de reuniões secretas que combinam elementos do vodu haitiano, Santeria cubana e bruxaria mexicana.
"Sabemos que alguns agentes usam encantos, santos, e outros métodos para a sua proteção", disse Elias Alvarez, delegado da Polícia Federal na Baja Califórnia . "Eles procuram alguma coisa para acreditar".
Apesar de serem mal pagos - em torno de 300 dólares por mês - policiais pagam até 160 dólares para fazer a tatuagem de um espírito vodu como Bosou Koblamin, com três chifres, que protege seus seguidores quando viajam na noite.
Os grupos começaram há cerca de 18 meses atrás, mas só foram descobertos quando a faxineira do conselho local notou um rastro de frangos mortos nas praias.
Mal-paga, a polícia mexicana durante muito tempo orou aos santos cristãos, antes de sair em patrulha. O México é o segundo mais populoso país católico depois do Brasil.
Os envolvidos dizem que o animal sacrifica a sua vida para rejuvenescer os espíritos que protegerão contra os assassinos de policiais, e que os efeitos são intensificados nas noites de lua cheia. Supostamente os símbolos do vodu tatuados em seus corpos, fecham o corpo e repelem as balas.
"Às vezes um homem precisa de um outro tipo de fé", disse o ex-policial Marcos, de Tijuana, que deixou a cidade há um ano atrás, depois de sobreviver a um ataque de gangues. "Fui salvo quando mataram dois dos meus companheiros. Eu sei porque eu não morri."
Outro policial, que se identificou como Daniel, acrescentou: "Nós todos sabemos que as armas e coletes são inúteis contra os cartéis porque eles estão bem armados e podem atacar a qualquer momento. Mas isto é algo em que podemos acreditar, que realmente funciona ".
Os críticos, incluindo Ricardo Salinas Pliego, o bilionário mexicano, pediram a Calderón que abandone a sua guerra contra as gangues devido a escalada de violência.
De uma população de 1,3 milhões, mais de 2.600 pessoas morreram devido a violência relacionada com as drogas no ano passado, e nesse ano até o momento, já morreram quinhentas pessoas.
No México, mais de 19.000 pessoas foram mortas em guerras territoriais envolvendo gangues de drogas nos últimos três anos.
Fonte: Telegraph
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