sábado, 7 de novembro de 2009

A FURIA DA EXTREMA DIREITA CONTRA OBAMA

Fonte, pravda em Portugues

A fúria da extrema-direita dos EUA contra Barack Obama

15.10.2009Fonte:
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O que em qualquer outro país democrático ocidental seriam grupos marginais, propícios para o manicômio, nos EUA contam com grandes meios de comunicação – como a cadeia Fox – e capacidade de mobilização massiva para expressar seus delírios ideológicos. Há algumas semanas, estes grupos capazes de detectar comunistas nos locais mais inesperados, estão em pé de guerra contra a reforma da saúde, proposta por Obama, que em qualquer país europeu não chegaria a merecer o título de social-democrata. O artigo é de Pablo Stefanoni.



Pablo Stefanoni / Pulso Bolivia

São os mais conservadores entre os conservadores, os mais libertarians entre os libertarians, os ultras, a direita da direita mais recalcitrante, os que não são chegados a sutilezas e acreditam que o governo de Barack Obama – flamante Prêmio Nobel da Paz – está levando os Estados Unidos ao comunismo e ao nazismo ao mesmo tempo, os que negam o primeiro presidente negro nascido no Hawaí...Mas o que em qualquer outro país democrático ocidental seriam grupos marginais, propícios para o manicômio, nos EUA contam com grandes meios de comunicação – como a cadeia Fox – e capacidade de mobilização massiva para expressar seus delírios ideológicos. Há algumas semanas, estes grupos capazes de detectar comunistas nos locais mais inesperados, estão em pé de guerra contra a reforma da saúde, proposta por Obama, que em qualquer país europeu não chegaria a merecer o título de social-democrata, mas que, nos EUA, é considerada pela direita o primeiro passo na direção de um Estado totalitário. Chamam esse “movimento de resistência” de Tea Party, uma referência ao motim do chá desencadeado em 1773 contra o aumento de impostos para vários produtos – incluindo o chá – e que é considerado o prelúdio da luta pela independência.

A campanha de ódio contra Obama – diz o diário El País – colocou em pé de guerra locutores de rádio, apresentadores de televisão e internautas enlouquecidos da extrema-direita norteamericana. Rush Limbaugh, com seu microfone, ou Glenn Beck – o novo homem duro dos radicais – convocam a insurreição desde os estúdios da Fox. “Estão nos roubando a América e quiçá seja muito tarde para salvá-la”, disse Beck a seus seguidores em uma intervenção radiofônica. O fundamentalista Limbaugh chegou inclusive a falar de racismo invertido e usou como exemplo para acabar com o governo democrata um incidente onde estudantes negros golpearam um garoto branco em um ônibus. Limbaugh pediu “ônibus segregados”. “Nos Estados Unidos de Obama, os garotos brancos são golpeados e os negritos aplaudem”, disparou.

O delírio como categoria política

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