domingo, 1 de agosto de 2010

VENEZUELA NA MIRA

MESTRE EDU

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O presidente da Venzuela, Hugo Chávez, alerta: os EUA têm planos para atacar o próprio País.

Assim afirma Eva Golinger, advogada venezuelano-estadunidense, nas páginas de Global Research, num artigo que já foi publicado há dois dias no blog amigo Cidadã do Mundo.

Lembramos o texto do artigo:

EUA e Colômbia planeiam atacar a Venezuela

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, denunciou neste Sábado os planos dos EUA para atacar o próprio País e derrubar o governo. Durante uma cerimonia para comemorar o 227º aniversário do herói da independência Simon Bolívar, Chávez leu um memorando secreto que foi enviado a partir de uma fonte anónima dentro dos Estados Unidos.

"Como já disse nas minhas primeiras três cartas, fica a ideia de provocar um conflito na fronteira ocidental", leu Chávez leu na carta secreta. "Os recentes acontecimentos confirmam tudo ou quase tudo o que foi discutido aqui, e também as outras informações que obtive", continuou a carta. "A fase de preparação da comunidade internacional, com a ajuda da Colômbia, está em pleno vigor", mostrou o texto, referindo-se à última sessão, na Quinta-feira, da Organização dos Estados Americanos (OAS), durante a qual o governo da Colômbia acusou a Venezuela de hospedar "terroristas" e "campos de treino para terroristas" e deu ao governo de Chávez um ultimato "de 30 dias" para permitir uma intervenção internacional.

A carta continua com mais detalhes: "Já disse antes que os acontecimentos não começarão antes do 26, mas por algum motivo adiantaram várias acções que deveriam ter sido executadas mais tarde." "Nos Estados Unidos a fase de implementação está a acelerar, com uma força de afirmação, como dizem, na Costa Rica, sob o pretexto do combate ao tráfico de drogas". Em 01 de Julho, o governo da Costa Rica autorizou 46 navios dos EUA e 7.000 fuzileiros a entrar no próprio território, terrestre ou marítimo. O objectivo real desta mobilização militar, dizia a carta, é apoiar "operações militares" contra a Venezuela.

Assassinato e destituição

"Existe um acordo entre a Colômbia e os Estados Unidos com dois objectivos: um é Maurício e outro é derrubar o governo", revelou o documento. O presidente Chávez explicou que "Maurício" é um pseudónimo utilizado nessas comunicações. "A operação militar que vai acontecer", advertiu o texto "terá lugar a partir do norte, mas não directamente para Caracas." "Estão à procura de 'Maurício', perto de Caracas, isso é extremamente importante, repito, isso é realmente importante."

O presidente Chávez revelou ter recebido cartas semelhantes da mesma fonte, que advertiam sobre ameaças perigosas. Recebeu uma carta pouco antes da captura de mais de 100 paramilitares colombianos na periferia de Caracas, que faziam parte dum plano para assassinar o chefe de Estado venezuelano, e outra em 2002, poucos dias antes do golpe que o depôs brevemente do poder. "A carta advertia acerca dos atiradores e do golpe de Estado", disse Chávez, "e estava certa, a informação era verdadeira, mas não conseguimos agir para impedi-lo."

A expansão militar dos Estados Unidos

Esta informação segue a decisão, na última Quinta-feira, de romper as relações entre Colômbia e Venezuela, tomada pelo presidente Chávez depois do "show" da Colômbia na reunião da OEA. "Uribe é capaz de tudo", advertiu Chávez ao anunciar que o País estava em alerta máximo e que as fronteiras tinham sido reforçadas.

Em Outubro passado, a Colômbia e os EUA assinaram um acordo militar que permite aos Estados Unidos ocupar sete bases na Colômbia e usar todo o território colombiano para completar as missões. Uma das bases do acordo, Palanquero, foi citada em Maio de 2009 nos documentos da Força Aérea norte-americana como necessária para realizar "operações militares de espectro inteiro" na América do Sul e lutar contra a ameaça dos "governos anti-EUA "na região. Palanquero também tem sido relatada como crucial para a Estratégia de Mobilidade Global do Pentágono, como previsto February 2009 White Paper: Air Mobility Command Global En Route Strategy, "O USSOUTHCOM tem identificado Palanquero, Colômbia (German Olano Airfield SKPQ) como um local de segurança cooperativa (CSL). A partir desta posição, quase a metade do continente pode ser coberto por um C-17, sem reabastecimento."

O orçamento do Pentágono para 2010 inclui 46 milhões de Dólares solicitados para melhorar as instalações em Palanquero, a fim de apoiar a estratégia para o teatro do Comando Operacional, e prever "uma oportunidade única para as operações de espectro total numa sub-região crítica do nosso hemisfério, onde a segurança e a estabilidade estão sob constante ameaça de revoltas terroristas narco-financiadas, dos governos anti-EUA, da pobreza endémica e dos desastres naturais recorrentes ". O documento de Maio de 2009 da Força Aérea também acrescenta que Palanquero seria usada para "aumentar a nossa capacidade de realizar operações de intelligence, vigilância e reconhecimento (ISR) para melhorar o seu alcance global ... e ampliar a capacidade de intervenção milita."

Em Fevereiro de 2010, o US National Directorate of Intelligence (NDI) classificou a Venezuela como "Leader anti-EUA" na região, na sua avaliação anual das ameaças. Os Estados Unidos também controlam as bases avançadas (pequenas bases militares) de Aruba e Curaçao, a poucos quilómetros da costa venezuelana. Nos últimos meses, o governo da Venezuela denunciou incursões de aviões não autorizados, aviões e aeronaves militares, em solo venezuelano, a partir de bases americanas.

Faz sentido tudo isso?
Sim, de facto faz.

Podem ler o artigo Reflexões do Sul, publicado no passado dia 27, com as considerações de Enrique Lacolla: tudo enquadra-se na lógica do esforço geo-político dos EUA para "domesticar" uma área que tem vindo a gerar problemas na óptica de Washington: não só Venezuela, mas também Brasil, Argentina, Bolívia...

Podemos pensar num próximo ataque, uma verdadeira invasão das forças norte-americanas para ocupar Caracas?
Isso é mais difícil. Os Estados Unidos já estão presos num conflito sem fim no Afeganistão, atravessam um período de grave dificuldade financeira, com uma opinião pública contrariada, e existe sempre a hipótese que no Médio Oriente a situação possa degenerar: neste caso os States ficariam empenhados em três frentes ao mesmo tempo, o que não é agradável.

Mas é verdade que Washington pode encarregar do trabalho "sujo" a Colômbia, ficando na retaguarda com os fornecimentos e a assistência táctico-logística.

E, para acabar, é preciso acrescentar que um confronto EUA-Venezuela, com Bogotá no papel do fantoche, parece uma coisa inevitável, como a gripe ou os terramotos. É possível adiar, mas cedo ou tarde algo irá acontecer. Neste aspecto bem faz Chávez em manter alto o nível da atenção internacional.

Quanto à carta: ou é falsa ou foi escrita por um deficiente.

Maurício?
Fala-se da Venezuela, de atacar Caracas, dum conflito que começa na fronteira ocidental. Mas quando chega a altura de falar de Hugo Chávez eis que o autor utiliza o pseudónimo "Maurício".
Óptima ideia, desta forma o serviço de intelligence venezuelano permanece na dúvida: quem será este Maurício?

E para quem escreve o remetente? Para outro deficiente, sem dúvida, ao ponto de ter de esclarecer que as forças na Costa Rica estão ali "sob o pretexto do combate ao tráfico de drogas".
O resto são coisas óbvias que qualquer pessoa com capacidade para ler um jornal poderia ter reunido.
O verdadeiro mistério é: mas que tem de Top Secret esta carta?

Se este for o novo estilo dos serviços secretos dos Estados Unidos, então Chávez pode dormir com toda a tranquilidade.

Ipse dixit.



Fonte: Global Research, Cidadã do Mundo

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