Governo da Itália facilitou entrada de euros no Brasil para corromper políticos e agentes federais | ||||||||||
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No depoimento que prestou em Milão, na Itália, Fabio Ghioni disse que o dinheiro entregue a Nahas tinha duplo propósito. O primeiro, segundo ele, era corromper políticos para conseguir concessões que servissem à TIM Brasil no ramo da telefonia; integrantes da Anatel, para que permitissem à Telecom Itália voltar a ocupar o controle acionário da Brasil Telecom, a Eloy Lacerda; ao chefe da Polícia Postal no Brasil e dos serviços de segurança que haviam dirigido a atividade da Polícia Federal contra Daniel Dantas e Kroll.
Já o segundo propósito, segundo Ghioni, foi o de recompensar funcionários da Telecom pela maneira como utilizaram em favor da Telecom o material extraído da Kroll. Ele disse que Jannone foi recompensado com um aumento de salário que lhe permitiu ganhar até 400 mil euros por ano e fomentar campanhas da imprensa contra a Kroll. Ghioni disse, ainda, que outro propósito era o de “pagar integrantes dos fundos de pensão Previ, acionistas da Telecom Brasil, para que se posicionassem contra Daniel Dantas na disputa que este tinha contra a Telecom.” No depoimento em Milão, Fabio Ghioni disse revelou que a Citicorp foi atacada com o vírus “animaletto” e que outros, ordenados por Tavaroli e Jannone, entre final de 2004 e início de 2005, foram direcionados à Vivo, Telmex, Telefônica, Embratel e Telemar. “Jannone estava interessado em monitorar dois dos seus consultores, um deles era um senador, a quem se ocupava de pagar com somas relevantes”, disse Ghioni. As informações a respeito da rede de espionagem montada pela Telecom Itália, compartilhadas com o governo italiano, são segredo de Estado. Quem afirma é o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi no próprio no bojo do processo que investiga onde foram parar milhões de euros dos acionistas da operadora, gastos para fulminar concorrentes no Brasil. À época, tinha-se por certo que o “investimento” reverteria em altos lucros com a absorção da Brasil Telecom. Os italianos limparam o terreno, mas ficaram no prejuízo, porque a Telemar arrematou o faturamento de 30 bilhões de dólares das duas companhias somadas. Segundo a Polícia Federal apurou na chamada Operação Chacal, a Brasil Telecom, quando estava sob controle do Banco Opportunity, contratou a empresa de auditoria empresarial Kroll para espionar a Telecom Itália. Ao investigar a Telecom Itália, a Kroll acabou chegando a personagens como o ex-ministro da Secretaria de Comunicação do Governo Lula, Luiz Gushiken, que comandava os fundos de pensão e participava do mutirão para eliminar concorrentes e abocanhar fatias maiores do mercado de telefonia. ANTONIO CARLOS LACERDA PRAVDA Ru BRASIL pravdarubrasil@gmail.com |
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