Comentario meu: Lembrando que no ano passado Itatira foi palco de avistamentos e contatos com OVNIS.vide links
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Abin pede investigação para Ovnis em Itatirahttp://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=609000
Novos relatos evidenciam anormalidades em Itatira15/6/2010
Os fenômenos estranhos vivenciados por jovens da zona rural de Itatira continuam intrigando autoridades
Itatira. Novos relatos põem em evidência os estranhos fenômenos vivenciados por jovens do Distrito de Cachoeira BR, neste município, sendo a maioria meninas na faixa etária de 11 a 16 anos de idade, e apenas um menino. O local já está sendo chamado de "terra dos espíritos" e a população apresenta novas versões para o caso das meninas de Itatira. Glauber Paulino Ribeiro, pastor da Igreja Batista em Canindé, conta dois momentos que arrepia até mesmo quem já está acostumado com situações desta natureza.
Segundo ele, na primeira vez que se preparava para ir até a localidade, o pai de um dos integrantes de sua comitiva passou mal e foi preciso ser levado para o Hospital Regional São Francisco, em Canindé. Depois de tudo resolvido seguiu viagem. "Ao chegarmos à comunidade, uma jovem, que identifiquei apenas por Cinara Barbosa, partiu para cima da nossa equipe e disse: ´estive agora a pouco em sua casa, tentando impedir essa visita´. Pedi para ela repetir, mas ela não falou mais nada e começou a entrar em estado anormal´´, comenta o pastor Glauber Paulino Ribeiro.
Outra versão apresentada pelo pastor da Igreja Batista foi de que outro rapaz que faz parte de sua Igreja, que negocia com motos em Fortaleza, ao adquirir um veículo de duas rodas disse: "Olha, o guidon dessa moto parece o chifre do bicho". Ao entrar na casa de Cinara, ela apresentou manifestação estranha e falou com uma voz diferente, "Cadê a minha moto?".
O pastor acredita que esses comportamentos tratam-se de "vários demônios", uma vez que são várias manifestações ao mesmo tempo. "Creio eu que algumas pessoas, pelo medo, chegam a passar mal. É a chamada obsessão demoníaca. O espírito consegue ficar de maneira tão dominante no corpo astral do indivíduo que pode até mesmo mudar o modo de falar e fazer coisas que normalmente não faria no dia a dia. Chega até mesmo a não reconhecer parentes e pessoas próximas de seu convívio", explica ele, baseado na sua crença religiosa.
Os fatos relatados pelo pastor Glauber Paulino mostra como são complexos os fenômenos vivenciados pelas meninas de Itatira, ao ponto de permitir diferentes versões para o mesmo caso. O certa é que as meninas estão sofrendo muito, ficam agressivas, perdem a identidade e, ao retornarem ao seu estado normal, não lembram mais de nada.
O fato vem gerando um grande desconforto às autoridades locais porque não está acontecendo somente na Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, mas também nas casas das meninas. "Antes era apenas na escola, agora acontece com frequência nas residências e, o que é pior, atingindo outras pessoas´´, observa Eliane Dias, diretora da Escola Nazaré Guerra, em Lagoa do Mato.
O caso mais recente é Ana Célia Araújo, de 18 anos, que recentemente tirou das águas do Açude Cachoeira o seu amigo Antônio Nunes Mendes, que morreu afogado. De acordo com o depoimento de seu pai, José Amilton Alves de Araújo, Ana Célia ficou em transe pela primeira vez no dia 9 de junho ao meio-dia, quando era dada uma palestra no pátio da escola.
Glauber Paulino, ao falar do assunto, mostra-se muito preocupado. "São pessoas que estão sofrendo muito com algo vindo do inferno, algo que é enviado pelo satanás para atormentar nossas vidas. Não é uma doença contagiosa que passa de uma pessoa para outra, assim como se fosse vírus. Como vou gerar um problema na minha mente e gerar na mente de outra pessoa? O problema psicológico é gerado da mente. De forma alguma vamos conflitar religiões. Nós nos baseamos na palavra de Deus´´, ressalta o evangélico, que esteve de 7 às 22 horas orando na casa dos jovens Andréia Alves Marcolino e Marliel Alves Marcolino.
Pedido de reza
Outro fato que evidencia a complexidade dos fenômenos em Itatira vem da jovem Graziela Alves da Silva, de 14 anos. Ela continua recebendo manifestações e, ao mudar de voz, pede missa, reza e muita compreensão. Durante o transe, ela sofre muito e é preciso várias pessoas para contê-la. Depois começa a chorar e afirma não lembrar coisa alguma. Essa fenomenologia paranormal de Cachoeira BR, ainda vai render muitas histórias. Alguns fatos que guardam certa semelhança com os atuais que acontecem em Itatira foram registrados no dia 11 de dezembro de 1847, em uma casa nos Estado Unidos. As reações das pessoas ao analisarem os fenômenos foram iguais. Alguns aceitaram o fato de manifestação extra-corpórea (espíritos), enquanto outros recusaram-se a acreditar nisso e procuraram outras versões.
Antônio Carlos Alves Colaborador
FENÔMENOS
Especialista recomenda cautela e investigação
Fortaleza. Antes de atribuir ao sobrenatural a causa dos fenômenos ocorridos com os jovens de Itatira, é preciso esgotar todas as possibilidades destes transes serem problemas de origem física e psicológica. A avaliação é do psiquiatra Adalberto Barreto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"A ciência diz que um fenômeno se torna incompreensível enquanto o campo de observação não for suficientemente amplo. É preciso haver uma investigação do ambiente familiar, escolar ou até da própria comunidade para saber o que está ocorrendo com este grupo. Por enquanto, ainda é prematuro considerar o fenômeno sobrenatural", afirma o médico, que se colocou à disposição para atender os jovens em Fortaleza ou mesmo ir até Itatira com sua equipe, caso seja chamado pela Prefeitura.
Especialista em Antropologia e Etnopsiquiatria (que estuda as relações entre a cultura e as manifestações psíquicas), Adalberto Barreto acredita que é preciso trabalhar com esses jovens para além daquilo que manifestam. "Há um ditado que diz que quem olha o dedo apontando a estrela, não vê a estrela. Portanto, ao invés de se concentrar nas experiências, que se manifestam de forma dramática, as famílias deveriam ouvir e amparar esses jovens".
Possibilidades
Uma das hipóteses levantadas pelo psiquiatra é o de um caso de histeria coletiva, em que a dor e o sofrimento se manifestam de forma espetacular num grupo de pessoas. No caso ocorrido em Itatira, é uma possibilidade plausível, já que os jovens estudam na mesma escola e vivem numa comunidade pequena. "Quando um indivíduo fragilizado vive uma situação de tristeza, ao invés disso se manifestar pela formas naturais, este sentimento pode ser deslocado e aparecer em outras formas. E outras pessoas próximas podem ter se impressionado com essa tristeza e acabam manifestando a mesma situação".
Ele pondera, no entanto, que apesar de poder não ser um transe ou uma possessão espiritual, a experiência, para esses jovens, é vivida como se fosse real. "É o que a ciência chama de introjeção projetiva, em que há uma identificação emocional com uma determinada situação cultural a ponto da pessoa vivenciar e se incluir nela. Nada disso é fingimento", enfatiza.
Questionado pela reportagem sobre se esses fenômenos poderiam ter causas químicas, o psiquiatra lembrou que o chá de zabumba, que costuma ser usado no Interior para combater cólicas menstruais, possui um efeito alucinógeno. "Como a grande maioria é mulher, pode ser uma explicação, enquanto o rapaz pode ter manifestado os transes por conta da histeria coletiva", pondera.
Acompanhamento
O médico aconselha que os jovens tenham um acompanhamento psicológico e haja uma ampla investigação das causas deste possível sofrimento psíquico. "A partir do momento em que eles conseguirem ressignificar essa tristeza, que agora se manifesta no corpo, os sintomas vão desaparecer. Mas é um trabalho que leva tempo. Se isso for mal conduzido e não houver uma preservação desses jovens, a situação pode se agravar".
Karoline Viana Repórter |
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