As armas já ribombam na Crimeia. Chegaram às redações os primeiros sons e imagens de tiros na península separatista da Ucrânia. Para já, as forças pró-russas só dispararam para o ar quando um grupo de militares e cidadãos ucranianos tentou alcançar a base aérea ucraniana de Balbek, esta terça-feira.
Seguiram-se momentos de grande tensão: “Não avancem mais ou vamos disparar para os pés”, avisou um miliciano pró-russo.
Após alguns apelos à calma, um militar ucraniano, cuja unidade ainda tem a insígnia soviética, afirmou: “Estamos em direto na TV. Esta é uma bandeira soviética. Vão disparar contra a bandeira soviética?”.
Na troca de palavras que se seguiu, o militar ucraniano lamentou que “duas nações irmãs estejam prontas para lutar por causa do interesse de um homem político”. O miliciano pró-russo sentiu-se provocado e o ucraniano apressou-se a dizer que o seu grupo veio “sem armas” para se apresentar ao trabalho no aeroporto e que os ucranianos não foram “para Sochi ou Anapa com armas”, como o seu interlocutor está a fazer na Ucrânia.
Os ucranianos acabaram por não conseguir chegar à base aérea.
O aeroporto militar de Balbek, próximo da base naval de Sebastopol, está cercado, desde o final da semana passada, por homens armados que envergam uniformes sem insígnias e que se deslocam em veículos com matrícula russa. Kiev afirma tratarem-se de soldados russos. O grupo armado controla a pista do aeroporto militar ucraniano.
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