segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O livro de Melkitsedeque parte 1

  • 1. 1 O LIVRO DE MELQUISEDEQUE 1
  • 2. Diógenes Lopes de Oliveira 2 O LIVRO DE MELQUISEDEQUE“Escutai, povo meu, a minha lei; prestai ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei oslábiosem parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos”Sl.78:1,2.Os Rolos do Mar MortoNo deserto da Judéia, no litoral do Mar Morto, próximo a Jerico, acampava-se uma tribosemibeduína conhecidacomo Taamireh. Era o início da primavera de 1947, quando um dos filhos daquela tribo,Muhammad edh-Dhib, umjovem de apenas 15 anos de idade, pastoreava o rebanho de seu pai. Ao retornar para casa,descobriu que estava faltandouma cabra. Deixando o rebanho seguro no curral, retornou sem demora à procura da quehavia se transviado.Depois de caminhar por muitas partes em busca da cabra perdida, o beduíno sentou-se juntoàuma gruta, vencido pelo cansaço. Não sabia que os seus passos errantes o conduziramnaqueleentardecer para próximo de um tesouro de inestimável valor. Ele encontrava-se naquelemomento naregião noroeste do Mar Morto.Ao arremessar uma pedra para dentro da caverna, o beduíno ouviu um ruído surdo quepareceu-lhe o som de um vaso de barro quando cai. Achou muito estranho aquilo e, movido por ummisto decuriosidade e medo, aproximou-se da abertura para ver o que se encontrava lá dentro. Aprincípio,somente conseguiu ver a escuridão que reinava dentro da caverna que voltara a ficar silente.Depoisde alguns instantes, seus olhos começaram a avistar contornos que lhe pareceram grandesjarros.Vieram-lhe então à lembrança histórias que ouvira desde mui pequeno, sobre Sheitan, oespírito mau 2
  • 3. que vive nas cavernas. Não seria aquela gruta a sua morada? Este pensamento o fez fugirdaliapressadamente, em direção de sua tenda. Tão grande era o medo, que se esqueceuinteiramente dacabra que se perdera.Ahmed, o seu irmão mais velho ,ao ouvir sua história, riu de sua falta de coragem. Ahmed,contudo, não conseguia esquecer-se daqueles vasos que seu irmão afirmara ter visto nointerior dacaverna; E se existisse dentro deles tesouros? Esse pensamento fez com que perdesse osono naquelanoite. Assim que o dia raiou, pediu que seu irmão o levasse àquele lugar de onde fugira.Cheios de esperança e coragem rumaram naquela manhã em direção ao possível tesouro.Olhando atentamente para o interior da caverna, Ahmed constatou que, realmente, haviajarros ali.Cheio de euforia, passou a remover os pedregulhos que estreitavam aquela abertura, até queconseguiu resvalar-se para dentro da gruta. Estava muito escuro a princípio, mas suas vistasforam-seacostumando e, dentro de instantes, viu-se cercado pelos vasos de barro. Com muitocuidado,evitando que se quebrassem, foi tomando-os, um por um, e passando-os para o irmão, queficara dolado de fora.Curioso para ver o que havia naqueles vasos, Ahmed saltou para fora da Gruta. Aointroduzir amão num daqueles vasos, tirou um embrulho feito de panos de linho. Abriram-no naexpectativa deencontrar ouro ou pedras preciosas, mas os irmãos ficaram decepcionados ao descobriremapenas umrolo, feito de coro de cabras. Em todo o rolo, havia uma escrita que não puderam decifrar.Os demaisjarros traziam igualmente grandes rolos de couro.Os beduínos ficaram, inicialmente, sem saber o que fazer com aqueles rolos. A primeiraidéiafoi a de devolvê-los à caverna; Mas, pensando melhor, decidiram vendê-los para algumsapateiro oucolecionador de coisas antigas.Khalil Iskander Shahin, conhecido como Kando, tinha uma sapataria em Belém.Remendavauma bolsa quando dois beduínos entraram em sua sapataria, arrastando consigo setegrandes rolos.2 3
  • 4. Colocando-os sobre o balcão, perguntaram o quanto ele poderia pagar por todo aquelecouro.Analisando os rolos, viu que estavam muito envelhecidos e, com certeza, não lhe seriamúteis.Khalil estava para despedir os moços quando, atraído por aquelas escritas, resolveu adquiri-los,pensando em revendê-los para algum colecionador de antigüidades. Pagou então umaninharia poreles, e os rapazes, ainda que cansados por todo esforço, saíram felizes.Durante alguns dias, os rolos permaneceram esquecidos em um canto da sapataria,enquantoKhalil, procurava em vão despertar o interesse de seus clientes por eles.Athanasius Y. Samuel, arcebispo metropolitano do Mosteiro São Marcos, em Jerusalém,tomou conhecimentosobre os rolos através de um membro de sua paróquia que os vira na sapataria de Khalil.Dirigiu-se até lá e, como nãoconseguia carregar todos, adquiriu quatro deles. Alguns dias depois, Khalil vendeu osoutros três para o professor EleazerLipa Sukenik da Universidade Hebraica de Jerusalém.Ao analisar os quatro rolos, Athanasios conscientizou-se de haver adquirido umapreciosidade.Decidido a fazer fortuna com sua venda, levou-os clandestinamente para os EstadosUnidos, ondepassou a oferecê-los para pessoas e instituições que acreditava poderem se interessar poreles.Ninguém, contudo, aceitou sua proposta, pois o preço exigido era muito alto.Desanimado, Athanasios decidiu, numa última tentativa, colocar um anúncio no Wall StreetJournal.Preço MultiplicadoEra início de 1954, quando o General Yigael Yadin, Chefe do Estado-Maior do ExércitoIsraelense, ao ler o Wall Street Journal, foi atraído para o pequeno artigo que falavadaqueles quatrorolos encontrados no Mar Morto, contendo manuscritos bíblicos datados entre 100 a 200anos a.C.;Sua aquisição poderia ser ideal para instituições educacionais ou religiosas.Yigael era filho do professor Eleazer, que comprara os três últimos rolos. Desde então, eles 4
  • 5. estavam desesperados à procura dos outros quatro.Depois de recortar o anúncio, Yigael ligou imediatamente para o aeroporto, exigindo umapassagem no próximo vôo para os Estados Unidos. Jamais fizera uma viagem sentindo-setãoansioso; Aquelas horas de vôo pareciam-lhe uma eternidade.Ao desembarcar, dirigiu-se imediatamente ao endereço indicado no anúncio. Chegando aolocal, viu que várias pessoas, atraídas pelo anúncio, faziam uma grande fila paraconhecerem os taisrolos. Seria uma loucura permitir que elas entrassem antes dele, por isso, encaminhando-separajunto da porta, colocou-se como o primeiro da fila. Alguns começaram a reclamar, mas ele,tocandona porta, desculpou-se, afirmando ser amigo de Athanasius.Ao ouvir os toques na porta, Athanasios, que mostrava a um possível comprador ospergaminhos, foi ver quem era. Sem saber que tinha diante de si o General do ExércitoIsraelense,Athanasios foi rude, mandando-o esperar pela sua vez. Isto o fez passar vergonha diante daspessoas,a quem havia afirmado há pouco ser amigo daquele homem. Começaram então fortesprotestos e,alguns se adiantaram querendo tirá-lo a força de seu primeiro lugar na fila. Nesse momento,Yigael,que não queria revelar sua identidade, vociferou com fúria, mostrando sua alta patenteconfirmadapor uma credencial que ergueu aos olhos de todos. Esse gesto fez com que o sentimento dehumilhação e vergonha se transferisse para aqueles que o afrontaram.Ao chegar a sua vez, Yigael, sem se identificar, perguntou para Athanasios o valor que eleesperava receber pelos rolos. Não querendo ainda lhe dar o preço, convidou-o a ver ospergaminhos.Yigael, ressentido pelo tratamento que havia recebido, disse secamente que não estava alimovidopela curiosidade, querendo simplesmente admirar-se ante aqueles rolos; Estava ali paracomprá-los.Assim, para não perderem tempo, gostaria de saber o quanto pagaria por eles.Athanasios que, dominado pelo desânimo, estava a ponto de vendê-los por qualquer preçoquecobrisse suas despesas de viagem, abaixou, a cabeça e meditou: Se conseguisse vendê-lospor $ 5.000já estaria bom; Mas não lhe custaria pedir mais: quem sabe dez vezes mais, $ 50.000; Oumesmocinqüenta vezes cinco. Seus lábios então pronunciaram o preço de $ 250.000. 5
  • 6. 3Prontamente, Yigael tomou seu talão e preencheu um cheque de 250.000 dólares. Ele ofariacom a mesma determinação, ainda que o processo multiplicador continuasse na mente doancião emdezenas de outras operações.Ao conferir no cheque o valor daquela fortuna, Athanasios ficou possuído por umsentimentomisto de alegria e vergonha, pois o mesmo continha a assinatura do Chefe do Estado-MaiordoExército Israelense, a quem pouco antes tratara com estupidez.Quando a porta novamente se abriu, a fila de curiosos foi aniquilada pelos passos daquelequejá havia sido herói de muitas batalhas, e que conduzia, sob os poderosos braços, os rolos daGruta 1, asua maior conquista. Agora, os sete rolos eram propriedade do Estado de Israel, quedesfrutava seusprimeiros anos de independência, depois de um desterro de milênios.Ao serem os sete rolos cuidadosamente analisados por eruditos em Israel, comprovou-seque setratavam dos mais antigos manuscritos já descobertos pelo homem, datados de temposanteriores aosdias de Cristo. Um dos rolos, o mais conservado dos sete, apresentava uma cópia do livrode Isaíasque, ao ser comparado com as cópias modernas, trouxe a certeza de que não houve nessesdoismilênios nenhuma alteração de sua mensagem profética.Os demais manuscritos, também de grande importância, são: O Manuscrito de Lameque,conhecido como O Apócrifo de Gênesis, que apresenta um relato ampliado do Gênesis; ARegra daGuerra, que descreve a grande batalha final entre os filhos da luz e os filhos das trevas,sendo osdescendentes das tribos de Levi, Judá e Benjamim retratados como os filhos da luz, e osedomitas,moabitas, amonitas, filisteus e gregos representados como os filhos das trevas. Há tambémumpergaminho com Os Hinos de Ação de Graças (Hodayot), uma seqüência de 33 salmos queeramcantados, em cultos de adoração ao Criador, o grande Adonai.O que os Eruditos Encontraram 6
  • 7. Dois anos depois da experiência daqueles jovens beduínos, dois arqueólogos, G. L. HardingeR. De Vaux, auxiliados por quinze habitantes daquela região do Mar Morto, começaramnovasbuscas nas proximidades daquela caverna que viria a ser conhecida como Gruta 1. Em doisanos deincansáveis pesquisas, descobriram as ruínas do Mosteiro de Khirbet Qumran, umapropriedade dosessênios. Dentre os muitos objetos ali descobertos, encontraram uma sala onde osmanuscritos erampreparados, ao qual deram o nome de scriptorium. Foram encontrados naquela sala doistinteiros,ambos contendo restos de tinta de carvão do tipo usado nos pergaminhos. Encontraramtambém umaescrivaninha, ao lado da qual havia concavidades que, possivelmente, eram usadas paraarmazenarágua limpa, com a qual o piedoso escriba purificava as suas mãos, ao iniciar as cópias dasSagradasEscrituras, ou mesmo antes de escrever o nome divino.Um grande terremoto, ocorrido no ano de 31 a.C., trouxe muitos danos ao Mosteiro deKhirbetQumran, exigindo a reconstrução de alguns de seus compartimentos. Em 68 AD, com oavanço daDécima Legião Romana, comandada por Vespasiano, o Mosteiro foi completamentedestruído, e amaior parte de seus ocupantes mortos ou levados cativos. Existem muitos indícios de quetenha sidopor esta ocasião que os essênios, no intuito de preservar seus preciosos rolos, esconderam-nos nascavernas.As Grutas 2 a 10Enquanto os arqueólogos prosseguiam as escavações das ruínas do Mosteiro Essênio,algunsbeduínos, incentivados pelas descobertas da Gruta 1, empreenderam-se em incansáveisbuscas,vasculhando toda aquela região montanhosa do Mar Morto em busca de novos vasos.No mês de fevereiro de 1952, descobriram finalmente, ao sul da Gruta 1, a Gruta 2, na qualencontraram partes de dezessete manuscritos bíblicos e uma porção maior de manuscritosnão-bíblicos. Ao todo, eram 187 fragmentos.Com a descoberta da Gruta 2, a atenção dos arqueólogos e de todos aqueles pesquisadoresdo 7
  • 8. Mar Morto, voltou-se para as cavernas. Deixando as escavações daquele Mosteiro,iniciaram uma4exploração sistemática em toda a área de Qumran. Um mês depois, no dia 14 de março,encontrarama Gruta 3. Além de centenas de fragmentos de outros manuscritos, encontraram nestacaverna umdocumento muito especial: eram três folhas de cobre muito fino, cada qual medindo 0,30 mpor 0,80m. Examinando aquelas lâminas de cobre, descobriram que compunham originalmente umúnicorolo, pois suas extremidades traziam as marcas de seu ligamento. O estudo posterior destedocumentorevelou-se de grande importância, pois trazia detalhadas informações sobre as demaisgrutas quecontinham documentos e tesouros.À medida que novas grutas eram descobertas, novos documentos vinham à luz, fazendocrescero interesse pelo assunto que passou a ser amplamente divulgado pelos jornais e revistas,criando umclima de grande expectativa. Tudo era tão fantástico que até mesmo pessoas incrédulascomeçaram apressentir naquelas descobertas algo miraculoso, como se um poder sobrenatural houvessereservado,nas entranhas daquelas rochas, uma mensagem para um mundo que, somente naquelametade deséculo, havia experimentado os horrores de duas grandes guerras, que pareciam prenunciaro fim domundo, como retratado em muitos daqueles manuscritos.Depois da descoberta da Gruta 6, em setembro de 1952, as buscas foram intensificadas, nãotrazendo, contudo, nenhuma nova descoberta por um período de quase três anos. Na manhãdo dia 2de fevereiro de 1955, quando, vencidos pelo desânimo, estavam a ponto de suspenderem asbuscas,foram agraciados pela descoberta da Gruta 7. Ainda que os documentos encontrados nessacaverna semostrassem muito danificados, os arqueólogos sentiram-se renovados em seu ânimo deprosseguirem com as procuras, certos de que teriam novas recompensas. Esta perspectivanão foifrustrada, pois entre os dias 2 de fevereiro e 6 de abril de 1955, haviam sido agraciados comos 8
  • 9. tesouros das Grutas 7, 8, 9 e 10. Com todo esse sucesso, intensificaram ainda mais asbuscas, porémsem nenhum resultado.O Presente de um Rei(Uma Parábola Baseada em Fatos Reais)Dez grutas já haviam lançado de suas escuras entranhas centenas de documentos deincalculável valor,enriquecendo toda a humanidade com um patrimônio jamais sonhado. Muitos arqueólogos,satisfeitos com o que foraencontrado até então, empreendiam, ao lado de peritos, a organização de todos aquelesdocumentos, muitos até entãomantidos empilhados em seus acampamentos. Nem sequer passava-lhes pela cabeça opensamento de que a maior detodas as descobertas ainda estava para vir.Num dia ensolarado de janeiro de 1956, quatro beduínos irmãos caminhavam errantes porentreas rochas que se elevam ao norte do Mar Morto. Não haviam saído naquele dia com aintenção deprocurar cavernas; Contudo, num gesto involuntário, seus olhos detinham-se em cada fendade rocha,pois, no decorrer daqueles anos, procurar buracos nas rochas tornara-se um hábito na vidadaquelesbeduínos. Quando os encontravam, imediatamente enfiavam neles a cabeça à procura devasos.Muitos deles já haviam conseguido, por causa desse costume, elevadas somas de dinheiroque,dificilmente ganhariam em todo um ano.Foi assim que o mais velho deles, ao descobrir numa das rochas uma pequena abertura,correupara lá para observar. Tudo o que conseguiu ver a princípio foi a escuridão que reinava nosilêncio dacaverna. Contudo, pondo em prática um dos segredos que somente os beduínos caçadoresde vasosconheciam, permaneceu encarando as trevas, esperando vê-las fugir. Unicamente aquelesque eramsuficientemente corajosos para encararem as trevas por alguns minutos, sem se moverem,poderiamser agraciados com os tesouros das cavernas.5 9
fonte

http://pt.slideshare.net/carlosttorres/o-livro-oculto-de-melquesedeque

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